quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


Desmatamento na Amazônia tem queda recorde e é o menor em 23 anos

Floresta perdeu área de 6.451 km² entre 2009 e 2010, segundo do Inpe.
Número representa queda de 13,6% sobre estimativa do ano passado.
Do Globo Amazônia, em São Paulo e Brasília
Tamanho da letra
O ritmo do desmatamento da Amazônia alcançou seu menor nível desde 1988, batendo novo recorde em relação ao ano passado. Mesmo assim, a devastação da floresta entre 2009 e 2010 derrubou uma área de 6.451 km², maior que o território do Distrito Federal, em Brasília, que mede 5.802 km².


Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (1º), o dado mais recente de desmatamento na Amazônia representa redução de 13,6% em relação à área devastada no ano passado, quando 7.008 km² de mata foram derrubados.


A área desmatada no bioma é a menor desde 1988, quando as estatísticas começaram a ser feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que divulga nesta quarta o desmatamento anual computado pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).

O sistema cobre áreas maiores que 6,25 hectares e considera apenas o corte raso, quando há remoção completa da cobertura florestal. Segundo o diretor do Inpe Gilberto Câmara, o balanço do Prodes foi realizado a partir de análise de 93 imagens de satélite que cobriram 90% do desmatamento. A estimativa tem margem de erro de 10% para mais ou para menos.

O estado que mais desmatou no período foi o Pará, com 3.710 km² de área devastada. Em segundo lugar ficou o Mato Grosso, com 828 km², seguido de Maranhão (679 km²) e Amazonas (474 km²).

Presente na cerimônia em que o anúncio do desmatamento foi feito, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, considerou o número "fantástico". "Este é o menor desmatamento de toda a história da Amazônia", disse ela.

Deixe seu comentário ao final do texto

Apesar da queda recorde do desmatamento na Amazônia, projeção divulgada em novembro pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) aponta cenários em que adevastação pode voltar a subir nos próximos anos.

Foto: Divulgação/Ibama

Desmatamento ilegal com 'correntão' no sul do Pará, encontrado em operação feita em novembro. (Foto: Divulgação/Ibama)

A pesquisa considera a possível aprovação de mudanças que flexibilizam o Código Florestal brasileiro e destaca a pecuária como principal atividade a pressionar por novos desmatamentos, pela maior demanda global por alimentos.

Macrozoneamento

Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou contratos de concessão de direito real de uso (CCDRU) a 2.584 famílias residentes em 6 reservas extrativistas e em uma floresta nacional. Com a iniciativa, sobe para mais de 29 mil número de famílias beneficiadas pelo governo e os moradores ganham oficialmente o direito de explorar recursos em unidades de conservação.

Lula também assinou o decreto que institui o Macrozoneamento Econômico Ecológico da Amazônia Legal, essencial para a gestão do território previsto na Política Nacional do Meio Ambiente. O objetivo do documento é promover a transição do padrão econômico atual para um modelo de desenvolvimento sustentável na região, contemplando diferentes realidades e prioridades do território amazônico.

Siga o Globo Amazônia no Twitter 

Entre outros pontos, o texto trata dos desafios desta transição e indica estratégias de diferentes setores da economia, como o energético e mineral, e o planejamento integrado de infraestrutura e de logística. O documento também aborda temas como os territórios rural e urbano, proteção da biodiversidade e dos recursos hídricos, agricultura e mudanças climáticas na Amazônia. 

Veja o desmatamento divulgado pelo Inpe dividido por estado
 
EstadosDesmatamento (Km²)
Pará3.710 km²
Mato Grosso828 km²
Maranhão679 km²
Amazonas474 km²
Rondônia427 km²
Acre273 km²
Tocantins60 km²
AmapáNA
RoraimaNA

Se você vive ou viajou para a Amazônia e tem denúncias ou ideias para melhorar a proteção da floresta, entre em contato com o Globo Amazônia pelo e-mail globoamazonia@globo.com. Não se esqueça de colocar seu nome, e-mail, telefone e, se possível fotos ou vídeos.
  • Josimário|01/12/201018h41
    Que vergonha sinto em ver que autoridades comemoram a diminuição do desmatamento, quando deveriam estar implanto métodos de restituição da floresta e comemorando o aumento do reflorestamento. Quando é que vamos perceber que só não basta parar. 
  • Donizete|01/12/201017h55
    Eu não fico nem um pouco feliz com esse número. Se a quantidade de floresta fosse infinita, ficaria! Se esse desmatamento continuar indefinidamente, mesmo que diminuindo o índice, um dia a floresta acaba.
    O que precisa mesmo é política de reflorestamento, subsidiada pelo governo federal. 
  • Ricardo |01/12/201016h51
    É a menor devido a alta fiscalização da Policia Federal e do Ibama, e não porque está ´acabando´ com alguns internautas bem informados estão dizendo.Pensam eles que são pequenos os estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Maranhão (estados que possuem bioma amazônico 

últimas notícias de amazônia

  1. QUA, 01/12/2010
  2. 11:13 | amazonia
    Desmatamento na Amazônia tem queda recorde e é o menor em 23 anos
    Floresta perdeu área de 6.451 km² entre 2009 e 2010, segundo do Inpe. Número representa queda de 13,6% sobre estimativa do ano passado.
  3. TER, 30/11/2010
  4. 14:33 | amazonia
    Fiscais desmontam serrarias no entorno da Terra Indígena Kaiapó, no PA
    No total, 1,3 mil m³ de madeira foram apreendidos nas serrarias. Donos das empresas abandonaram toras nas ruas e lixões da região.

Nenhum comentário :

Postar um comentário