Libras
e/ou Língua de Sinais, que quer dizer: Língua Brasileira de Sinais.
É uma língua
natural da comunidade surda em que usa sinais e/ou gestos
corporais, manuais, e faciais para se comunicarem entre eles e com a
sociedade. Podemos dizer que “as mãos falam”, pois será através
delas que haverá a comunicação. Podem ser usadas por
pessoas ouvintes e para determinadas patologias com ajuda de comunicação em
determinadas síndromes em que a pessoa não possa ou tenha alguma dificuldade de
comunicação (fala).
Não é uma língua de simples sinais
e gestos como muitos imaginam. Ao contrário, ela tem estruturas gramaticais
próprias e é composta pelos níveis linguísticos: o fonológico, o morfológico, o
sintático e o semântico, assim como, em outras línguas, Português, Inglês,
Francês e etc. Da mesma forma que as línguas orais-auditivas
não são iguais, variando de lugar para lugar, de comunidade para comunidade, a
língua de sinais também pode ser diferente, em vários países (Silva, 2007, p.
9-10).
O que diferencia a palavra
com os sinais é que a palavra é língua oral-auditiva e a de sinais é
visual-espacial.
O INES (Instituto Brasileiro
de Educação de Surdos) foi à A primeira escola para
surdos e é ate hoje a escola de referência em educação para surdos.
Antigamente no século XVI, (1520-1548),
os surdos utilizavam a datilologia , que é a
representação manual das letras do alfabeto, a escrita e a oralização
como metodologia de ensino. Em 1954 esboçou-se as
primeiras noções da filosofia oralista. Em 1815
surgiu a comunicação total, um método que combinava sinais, fala leitura labial
e treino auditivo, devido ao descontentamento dos surdos perante oralização. Em 1880 a língua de sinais foi proibida, e a
comunidade surda ficou revoltada e começaram a usar a língua de sinais
escondido entre eles apenas. Já no século XX continuavam estudos sobre a melhor
forma de se ensinar o surdo e de ele se comunicar; até então a surdez era
considerada doença. Em 1960 começou-se a modificar esta visão da sociedade
perante os surdos e em 1965 começou a constituir a Abordagem Total que em 1968
fundamentou-se a Comunicação Total onde o surdo poderia usar tanto a oralização quanto os sinais dependendo da situação; eles
tinham livre arbítrio para fazer esta escolha. Nas décadas de 1970-1980 esta
visão começa a mudar e o Bilinguismo começa a ser usado. Em 1993, um projeto de
lei deu inicio a uma longa batalha de legalização e regulamentação da LIBRAS em âmbito federal. Em 1994 surge à terminologia
LIBRAS como abreviação da Língua Brasileira de Sinais. E finalmente a Libras
foi reconhecida como língua em 24 de Abril de 2002 sob
a lei nº 10.436 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas a Libras não
poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Nesta lei, assim como outras
leis para diferentes tipos de deficiência, garantem bastante coisa, mas sabemos
que estas não são muito seguidas.
Com isto a inclusão virou apenas um jogo
político – maravilhosa no papel, mas longe do que seria realmente uma real
inclusão. Isto devido a falta de capacitação de
profissionais para o atendimento não só do surdo mas sim de qualquer outra
deficiência.
Fala-se muito em inclusão,
interação, mas apenas por que a lei obriga. Como fazer que as escolas aceitem as crianças não estando garantindo a ela uma ação
efetiva para que a integração ocorra, visto que, integrar significa oferecer
igualdade de oportunidades a todos.
Hoje em dia há varias
discussões acerca da integração/inclusão, mas analisando as duas temáticas
(inclusão e integração) veremos que tanto o individuo
quanto a sociedade têm que se preparar para se conscientizarem da necessidade
especifica de cada um. Preparando tanto o profissional que irá atender o
individuo como o individuo para ser atendido.
Sabe-se que o
individuo compreende, se insere e se integra na sociedade através da linguagem,
seja ela qual for, e através desta se aprimorar dos conteúdos culturais da
humanidade.
Será através da
linguagem oral, gestual ou qualquer outro meio de comunicação que poderemos nos
beneficiar não só das nossas experiências, mas também através das experiências
dos outros.
Devemos dar
oportunidade de se comunicar a todos, de forma que possibilitem uma existência
de qualidade, com pleno exercício da cidadania.
Sylvia Kamel Steenhagen.
Pedagoga (UVA), Especialista em Libras
(INES) e Psicomotricidade (AVM).
Estudante de Sociopsicomotricidade
Ramain-